Caso acordes...



Caso acordes...

Baús de memórias abstratas , folhas de papel colecionados intuitivamente
como a tornar mais duradouras sensações sobre alguém encontrado pelo caminho ...
Como um guardanapo desenhado podendo trazer novamente um
estranho momento em que o tempo parou... num sono absurdo de olhos esbugalhados de abertos fixos numa ilusão a mais!
Guardado ficou o retalho de papel de presente tão lindo onde estava escrito numa conversa entre duas figuras ali desenhadas ... que amar é bom!
Um lápis usado , um toco ...
uma mania de usar até... não conseguir segurar...nem rabiscar nada.
Uns botões de algumas roupas que ficaram para pregar em outras caso fosse preciso.
Uns berloques de plástico, metal em formatos pequenos de elefante, leão, figas, unidos num alfinete chamado"joaninha".
Selos.... muitos ! De correspondências recebidas por si mesmo ou por outros que lhe quiseram dar para integrarem sua. .. coleção...Viraram um pesado álbum.
As fotos!?
Ah... Branco e preto desde a década de 40....! Onde e o que mostravam emocionava mas era só não as olhar que passava...
Se remexer mais um pouco vai ouvir comentários feitos a cada brincadeira de vamos olhar as coisinhas do baú de novo!?
Nem televisão, nada eletrônico...
um tempo em que o baú trazia heranças de mensagens miúdas e graúdas que sempre que se o abria as pessoas faziam e quando era fechado outra vez, essas conversas ficavam junto com as coisas guardadas!
Muito mas muito mudaram as vidas nesses mais de 60 anos e nem ninguém mais deixa baús de herança para serem parte de rituais de reverência cultural ou afetiva...sendo considerados apegos desnecessários, excessos de quinquilharias dispensáveis... sendo parecido com legar uma jamanta de seus "bens" que de fato ninguém entende mais prever lugares para o que quer que seja num modus vivendi digamos despojado, simplificado....
Varrido.Jogado fora, uma vez sem seu dono. Um dia, tinham isso tudo ali guardado mas agora as cinzas desses personagens constituem um conteúdo com o qual não se pode passar as horas a imaginar e a brincar de novo... caso acordes!

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